Este artigo é um brevíssimo resumo sobre a vida de Dom Pedro II, em breve pretendo lançar um e-book que conte essa história de forma mais completa.
A infância de Dom Pedro II foi turbulenta. A sua mãe, Imperatriz Leopoldina, morreu quando ele tinha apenas 1 ano de idade.
Seu pai, Dom Pedro I, foi para Portugal quando ele tinha apenas 5 anos e 4 meses.
Entre crises de epilepsia e uma educação muito rígida, o pequeno menino que já era rei, cresceu órfão.
Cercado de todo requinte de uma monarquia e funcionários do palácio, a ideia era tentar deixá-lo longe da política.
A sua educação era tratada como uma questão de Estado, por isso, ao sair do Brasil, Dom Pedro I fez questão de nomear o seu principal aliado durante o período da independência, José Bonifácio como tutor do menino.
No dia 03 de abril de 1832, uma revolta eclodiu na capital em defesa da restauração de Dom Pedro.
José Bonifácio foi acusado de ser o mandante e seu principal opositor e acusador era o Padre Diogo Antônio Feijó que saiu muito popular dessa disputa.
Bonifácio foi afastado do cargo e não voltou à sua posição mesmo depois de provada a sua inocência.
Depois da destituição de José Bonifácio, o seu tutor passou a ser o marquês de Itanhaém. Ele era responsável por selecionar todos os professores de Pedro II e vigiar a sua formação.
Já a aia da casa era dona Mariana, ela era responsável por cuidar da educação doméstica de Pedro II e de todas as suas irmãs.
O governo definiu que o garoto deveria ser mantido afastado da loucura que era a política durante o período regencial e assim foi feito.
Fato que só mudou quando Dom Pedro II tinha 14 anos e foi envolvido em um golpe encabeçado pelos liberais para colocá-lo no poder, o chamado Golpe da Maioridade.
Em 1841 foi coroado imperador, iniciando o seu reinado.
Aqui é um ponto onde os alunos costumam confundir muito. Não é porque o Dom Pedro II era o imperador, que ele podia fazer o que quisesse, existia uma estrutura política.
Essa estrutura foi se aprimorando ao longo do Segundo Reinado. Então eu vou explicar como ela funcionou durante a maior parte dele.
Baseado na teoria do Benjamin Constant, um filósofo francês. A Constituição de 1824 instaurava 4 poderes: moderador, executivo, legislativo e judiciário.
O moderador era responsável por dar o direcionamento para o qual o país deveria seguir e garantir a harmonia entre os outros poderes.
O executivo era quem de fato governava, e aqui que mora o pulo do gato, por mais que o imperador fosse também chefe do executivo, ele delegava esse poder ao Presidente do Conselho de Ministros, que era uma espécie de Primeiro Ministro.
Esse político que formava seus ministérios e fazia o seu governo. Dá para fazer uma associação com o que acontece hoje na Inglaterra.
O outro poder era o legislativo, que era composto por Câmara dos Deputados e Senado, eles aprovavam orçamento, criavam leis e vigiam o executivo.
E por fim, o judiciário, que era responsável pela manutenção dos sistema de justiça do país. Era composto pelos diversos tribunais existentes.
Dom Pedro II adotou uma postura para reconciliar os partidos Liberais e Conservadores, fazendo o revezamento deles no poder. Já que o imperador escolhia o Presidente do Conselho de Ministros.
Em seus 49 anos de governos...
As principais críticas giravam em torno de:
1- uma lentidão para resolver problemas sociais, como a escravidão.
2- A má relação entre coroa e exército principalmente após a Guerra do Paraguai.
3- a interferência da monarquia na Igreja com a Lei do padroado.
4- Seu temperamento intransigente que às vezes lembrava o do pai.
Os principais elogios eram:
1- A estabilidade política que gerava ao país, principalmente com as reformas que favoreceram o parlamentarismo.
2- O apreço que Pedro II tinha à cultura, educação e liberdade de imprensa.
3- A sua política internacional.
Ele enfrentou situações muito duras como a Guerra do Paraguai, a Abolição da Escravidão, as tensões internacionais com a Inglaterra, a Questão Militar e a Questão Religiosa.
Todas essas questões terão vídeos especiais para elas.
Do ponto de vista pessoal, Dom Pedro II era alto, loiro e dos olhos azuis, lembrando muito a aparência de sua mãe, Leopoldina.
Em contraste a esse rosto de Viking, a sua voz era fina e estridente. Seu comportamento era calmo e analítico, falava pouco.
Mas há diversos relatos que mostram que ele puxou a teimosia do pai. Isso fica muito claro ao estudar a relação dele com o Barão de Mauá e também com o príncipe de Joinville.
Dom Pedro II gostava muito de viajar pelo mundo e sempre com roupas adaptadas aos locais em que ia. Nos Estados Unidos, saía nos jornais como “o imperador cidadão”, termo tipicamente relacionado à República.
Ele mostrava pouco agrado em lidar com questões políticas, dizia preferir os estudos.
Veja o que ele escreveu em seu diário no dia 31 de dezembro de 1861.
“Nasci para consagrar-me às letras e às ciências, e, a ocupar posição política, preferia a de presidente da República ou ministro à de imperador. Se ao menos meu Pai imperasse ainda estaria eu há 11 anos com assento no Senado e teria viajado pelo mundo.”
Dom Pedro II, envelheceu precocemente e já no final da década de 1880 sua saúde estava péssima.
Em 1889, quando se recuperava de uma grave crise de saúde, um golpe derrubou a monarquia no Brasil.
Ele foi banido do país junto com a sua família e nunca mais retornou.
Na Europa, passou um tempo em Portugal e foi em seguida para França, onde faleceu em 1891.
Luiz Ottoni Historiador
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